XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Evangelho Mc 10,35- 45
Neste dia mundial das missões, queremos reafirmar a nossa confiança na ação de Deus movendo os corações humanos!
Como membros de uma comunidade que caminha dentro do espírito da fé e do compromisso com uma igreja missionária, somos convocados a dar continuidade a missão de Jesus aqui na terra.
Assumir a missionariedade, é não temer a cruz, é estar disposto a dividir seu tempo, sua vida com o outro, principalmente com os mais pobres.
Para desempenharmos bem a nossa missão, precisamos em primeiro lugar nos libertar de todos os nossos apegos, esvaziarmos de nós mesmo, só assim estaremos livres para servir.
Deus quer salvar a humanidade por inteira, por isto Ele convoca cada um de nós para uma missão, contando sempre com a nossa disposição, com o nosso serviço na construção de um mundo melhor. Ser indiferente a esta convocação, é rejeitar o projeto de Deus.
Este dia das missões tem como propósito nos conscientizar de que pelo batismo, todos nós somos missionários! É evidente porém, que o impulso para a missão, provêm da nossa sensibilidade à voz de Deus, aos acontecimentos e principalmente às necessidades dos nossos irmãos.
É com pessoas de boa vontade, sensíveis e generosos, que Deus quer contar na construção de um mundo mais justo e mais irmão.
O mundo carece de pessoas que se inquietam diante das injustiças praticadas por uma sociedade capitalista que aliena o povo, que recusa a enxergar o homem na sua essência.
Vemos com profunda tristeza, um povo que tem tudo para ser feliz, mas que distancia desta felicidade, por não colocar Deus como centro de sua vida! São muitos, os que se deixam levar pelos caminhos contrários, o caminho da vaidade da ganância, da ambição...
O evangelho que a liturgia deste domingo nos apresenta nos convida a pautarmos a nossa vida no exemplo de Jesus, o grande missionário do Pai, que mesmo sendo Deus, se pôs a serviço de todos, curvou-se para lavar os pés dos discípulos, numa atitude de humildade e de serviço.
“Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo” (Fl 2, 6-7).
“O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10,45).
Pela lógica dos homens, ser grande, é possuir bens, é ter poder fama, enquanto que pela lógica de Deus, grande, é todo aquele que serve, que vive na simplicidade e na humildade, este sim, tem uma vida fecunda e plenamente realizada.
O texto nos adverte sobre o risco que corremos quando estamos voltados somente para os nossos interesses. Quando deixamos nos levar pelos nossos interesses pessoais, cresce em nós a vaidade, o egoísmo a ganância, grandes inimigos que nos distanciam de Deus. Fechados no nosso “eu”, não enxergamos as necessidades do outro, não abrirmos à partilha, portanto, não vivemos o mandamento Maior: o mandamento do amor!
Ao contrário dos filhos de Zebedeu, devemos assumir a nossa missão sem esperar recompensa. Nossa missão, deve se desenvolver em clima de gratuidade, humildade e desprendimento.
"Vocês podem beber do cálice que eu vou beber?". Beber do cálice que Jesus bebeu é não temer a cruz, é passar pelo sofrimento sem perder a fé. Podemos dizer que este é o grande desafio de um seguidor de Jesus!
Será que nós, comunidade de fé, bebemos do mesmo cálice, ou será que bebemos em cálice individual? Será que somos tão individualistas a ponto de não querer beber do cálice do outro?
Ser batizado no sangue de Jesus, é passar pelo sofrimento na certeza da vitoria, é sair das trevas para viver na luz, na luz que é Jesus.
FIQUE NA PAZ DE JESUS!
Por Olívia Coutinho