Por que comungar na boca ou receber na mão?
A prática de receber a Eucaristia na boca era fruto de uma concepção exagerada da pessoa de Jesus. Supunha-se que Jesus era tão santo e nós tão humanos, tão pecadores, que só os sacerdotes poderiam tocar n’Ele, pois eles tinham as mãos ungidas.
Isto, até certo ponto, serviu para evitar abusos e até mesmo para criar um clima de respeito diante da Eucaristia. Porém, convém também olhar o outro lado: quando Deus se encarnou em nossa história, optou pelo ser humano em sua situação mais humilde. Nasceu entre os abandonados, viveu entre os últimos e morreu entre os malfeitores. Em sua vida não se afastou dos pecadores, dos “impuros” e de ninguém.
Pergunto, se Jesus estivesse hoje fisicamente conosco, ele se negaria a dar a mão a qualquer pessoa? Será que, agora, na Eucaristia, ele teria resistência em ser tocado por aquelas pessoas que vem comungar? Se ele aceita ser recebido nos lábios, negaria a mão? Quem se julga indigno de receber Cristo na mão também deve se sentir indigno de recebê-lo na boca. O mesmo Deus que fez os lábios, também fez a mão. Seriam os lábios mais dignos do que as mãos?
A Igreja permite que se comungue das duas maneiras. Ninguém deve, no entanto, desprezar os demais por usar uma forma ou outra. Mas, por questão de higiene, seria bem melhor todos recebermos a hóstia na mão.