Pe. Antônio Batista, em Missão na Amazônia, realiza Desobriga em comunidades ribeirinhas
O Pe. Antônio Batista está na Amazônia desde o dia 9 de fevereiro deste ano. Ele pertencia à Paróquia de N. Sra. do Rosário, localizada na cidade de Prata (PB). Nos últimos 20 dias, o padre realizou a missão chamada de “desobriga”, onde ele visita as comunidades realizando batizados, crismas, confissões, missas e assistindo casamentos. Esta missão é comum para os Sacerdotes e comunidades, mas ganha grande relevância quando acontece em comunidades que, de tão grandes, não tem a assistência do padre com tanta frequência.
Na prelazia de Lábrea, onde o padre Antônio está em missão, as comunidades são separadas por rios e as viagens entre elas só pode ser feita de barco e chegam a demorar de 2 a 5 dias. O território total é de pouco mais de 231 mil km² (a PB tem cerca de 56 mil e a diocese de Campina Grande não chega a 20 mil km²). Estes números dão a dimensão dos desafios, porém, o padre missionário enviou uma carta onde relata as maravilhas vividas nestas terras amazônicas.
Solidariedade e vida fraterna são os pontos marcantes dos relatos do Pe. Antônio. “Estou entusiasmado com o jeito de ser desse povo ribeirinho, tão receptivo tão cheio de Deus. Com eles, aprendi que Deus é muito mais simples do que eu imaginava. Porque, na simplicidade da vida, do seu cotidiano, do seu relacionamento com o outro e com a natureza, não deixa espaço para o egoísmo e nem para as riquezas materiais, vivem expressamente a fé em Deus”, relata.
Leia, na íntegra, a carta do Pe. Antônio Batista
DESOBRIGA
A graça e a paz de Deus Nosso Pai e de Jesus Cristo nosso irmão esteja sempre em nosso meio. Sou padre Antonio Batista de Lima, estou exercendo o ministério sacerdotal na prelazia de Lábrea, precisamente na paróquia de São João Batista, Canutama – AM. Sou paraibano da diocese de Campina Grande -PB e estou fazendo experiência missionária aqui no Amazonas. Deus nos chama e nos envia para que em seu nome nos coloquemos a serviço da Sua Igreja e também do Seu povo.
Para mim, está sendo uma experiência muito rica na minha vida sacerdotal e me sinto feliz em poder colaborar com a Igreja de Jesus Cristo que se faz presente aqui no Amazonas, pude recentemente fazer o que chamamos de desobriga, celebrando missas, batizando, crismando, confessando, testemunhando casamentos, para o povo ribeirinho do Auto Rio –Purus. Para mim, foi um momento especial vivido junto a esse povo carinhoso e caloroso na sua maneira de acolher. Senti visivelmente a presença de Deus nas pessoas ribeirinhas, a alegria que eles expressam em seu rosto, não deixa duvida alguma da presença visível amorosa de Nosso Senhor.
Foram vinte dias de convivência com o povo ribeirinho na desobriga, vinte dias de experiência nova que me servirá para a vida toda. Cada momento vivido é uma oportunidade de novo aprendizado. Estou entusiasmado com o jeito de ser desse povo ribeirinho, tão receptivo tão cheio de Deus. Com eles (Ribeirinhos), aprendi que Deus é muito mais simples do que eu imaginava. Porque, na simplicidade da vida, do seu cotidiano, do seu relacionamento com o outro e com a natureza, não deixa espaço para o egoísmo e nem para as riquezas materiais, vivem expressamente a fé em Deus.
É visível e perceptível a vivencia fraterna e partilhada desse povo de muita fé, de amor e de sabedoria, assim eles nos ensinam a viver o espírito evangélico: após a celebração da Santa Missa, o anfitrião partilha os alimentos dando comida aos visitantes fazendo lembrar as palavras dos Atos dos Apóstolos quando se refere a comunidade. “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações” (At 2,42). O povo ribeirinho encarnou a palavra de Deus na pratica do seu cotidiano, viver a simplicidade não é esforço exagerado para eles, é algo que faz parte das suas vidas.
Sou extremamente agradecido primeiro a Deus por ter me dado esta oportunidade e também a minha diocese de Campina Grande por ter confiado em mim, me enviando para esta belíssima experiência missionária na Amazônia.
Meus agradecimentos ao meu bispo de Campina Grande que me enviou Dom Frei Manuel Delsom, e meus agradecimentos ao Bispo da Prelazia de Lábrea Dom Jesus por me acolher juntamente ao povo da paróquia de Canutama.
Fica uma lição muito forte para mim do povo ribeirinho, viver a simplicidade de Deus sem se preocupar em acumular nada para amanhã.
Fonte: Pascom Diocese de Campina Grande