Papa fala sobre diálogo inter-religioso na Igreja

20/05/2014 10:52

1_0_800550“Que o Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso prossiga com um renovado ardor a própria missão, que muito poderá contribuir para a causa da paz e para o autêntico progresso dos povos”. Este é o desejo do Papa Francisco, expresso na mensagem dirigida ao Cardeal Presidente do dicastério vaticano, Cardeal Jean Louis Tauran, e aos participantes de uma conferência por ocasião das comemorações do 50º aniversário de sua fundação.

“A instituição do Secretariado para os não-cristãos, realizada com a Carta Apostólica Progrediente Concilio, de 19 maio de 1964 – recordou o Papa no início da mensagem –, foi uma das importantes decisões que, com ponderada reflexão, o Servo de Deus Paulo VI tomou, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, para começar a traduzir as suas orientações e para guiar a Igreja Universal no caminho da desejada renovação”.

Citando a Ecclesiam Suam, a primeira e programática Encíclica de Paulo VI, Francisco recordou o tempo do Concílio, quando a Igreja “sentia-se animada por um sincero desejo de encontro e diálogo com toda a humanidade, em poder apresentar-se a um mundo em rápida transformação, na sua mais profunda e autêntica identidade”.

Francisco destacou que, desde o princípio, foi claro que o diálogo não implicava relativizar a fé cristã ou colocar de lado a aspiração existente no coração de cada discípulo, de anunciar a todos a alegria do encontro com Cristo e o seu chamado universal. “O diálogo só é possível a partir da própria identidade”, enfatizou.

O Santo Padre citou a Carta Encíclica Redemptoris missio, ao afirmar que São João Paulo II mostrou, em numerosas ocasiões, com palavras e gestos, que “diálogo e anúncio não se excluem, mas tem uma ligação íntima, mesmo sendo distintos e não devem nem mesmo ser confundidos, nem instrumentalizados, nem julgados equivalentes ou intercambiáveis”. Na verdade, “é o Espírito que age, quer quando vivifica a Igreja e a impulsiona a anunciar o Evangelho, quer quando semeia e desenvolve os seus dons em todos os homens e povos, guiando a Igreja para descobri-los, promovê-los e recebê-los mediante o diálogo”.

Francisco falou que, desde o início de seu ministério como Bispo de Roma, tem reiterado que “a Igreja Católica tem a consciência da importância da promoção da amizade e do respeito entre homens e mulheres de diversas tradições religiosas”.

Segundo o Papa, a Igreja deseja estar próxima e ser companheira do caminho de todos os homens. “Tal disponibilidade em caminhar juntos é tão mais necessária no nosso tempo, marcado por profundas e nunca antes conhecidas interações entre povos e culturas diversas”.

Neste contexto, o Santo Padre exortou a Igreja a “percorrer o caminho do diálogo e a intensificar a cooperação, já frutuosa, com todos aqueles que, pertencentes a diferentes tradições religiosas, partilham a vontade de construir relações de amizade e tomam parte nas numerosas iniciativas de diálogo”.

Por Canção Nova, com Boletim da Santa Sé