Arcebispo de Brasília pode presidir CNBB
16/04/2015 10:01
D. Sérgio da Rocha, de 54 anos, é o nome mais cotado para ser eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
O arcebispo de Brasília, d. Sérgio da Rocha, de 54 anos, é o nome mais cotado para ser eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na assembleia que se reunirá em Aparecida (SP), de 15 a 24 deste mês. O atual presidente, cardeal d. Raymundo Damasceno Assis, poderia ser confirmado para um segundo mandato de quatro anos, de acordo com os estatutos, mas anunciou que pretende deixar o cargo.
"Estou com 78 anos, já apresentei minha renúncia ao governo da Arquidiocese de Aparecida, ainda no pontificado de Bento XVI, tenho atribuições como cardeal no Vaticano e espero que o episcopado escolha outro presidente", disse d. Damasceno. Pelas normas do Direito Canônico, os bispos são obrigados a pedir a aposentadoria ao completar 75 anos de idade.
Um candidato natural ao posto seria o atual secretário geral da CNBB, d. Leonardo Ulrich Steiner, de 64 anos, mas para isso teria de assumir a direção de uma diocese. Atualmente, ele é bispo auxiliar de Brasília e, nessa condição, não poderia ser eleito presidente. Se for promovido na próxima quartafeira, primeiro dia da reunião de Aparecida, seu nome crescerá na lista de possíveis candidatos.
"Se meus irmãos bispos acharem que devo continuar como secretário para novo mandato, aceitarei a reeleição como oportunidade de serviço à Igreja", adiantou d. Leonardo. A secretaria geral é um cargo executivo que exige residência em Brasília e frequentes viagens às dioceses e ao exterior. Natural de Forquilhinha, em Santa Catarina, d. Leonardo é primo do cardeal d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo.
O vicepresidente da CNBB, d. José Belisário da Silva, de 69 anos, arcebispo de São Luís, também poderia chegar à presidência, mas prefere ficar fora da disputa. "Não tenho perfil para o cargo", disse d. Belisário. O critério é do episcopado, que só começa a discutir a questão durante a assembleia. Teoricamente, ninguém se apresenta como candidato, mas nos bastidores se discutem nomes.
A indicação de d. Sérgio é quase unanimidade, embora haja algumas alternativas. Duas delas são os cardeais d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, e d. Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. Falase ainda em d. Murilo Krieger, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil. Esperavase que ele fosse feito cardeal no último consistório, pelo fato de dirigir na Bahia a diocese mais antiga do País, mas o papa Francisco adiou sua provável nomeação.
Dois bispos paulistas, d. Demétrio Valentini (de Jales) e d. Pedro Luiz Stringhini (de Mogi das Cruzes), acreditam que d. Odilo receberá votos na assembleia, como ocorreu na eleição de 2011, quando d. Damasceno foi o vencedor. D. Odilo foi secretário geral da CNBB e é o presidente do Regional Sul 1, que reúne as 43 dioceses do Estado de São Paulo.
Além da presidência, a 53ª Assembleia Geral elegerá os 12 presidentes das comissões episcopais pastorais, os delegados da CNBB para o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam) e os delegados para a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, marcada para outubro no Vaticano. O sínodo, cujo tema é a família, será presidido por d. Damasceno.
A pauta principal de Aparecida é a atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Os bispos revisarão o documento, aprovado em 2011, acrescentando ao texto as orientações do pontificado de Francisco, a partir da exortação apostólica Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho) e das orientações pastorais do papa aos bispos, no Rio, durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013.
A assembleia de Aparecida reunirá 450 participantes, entre cardeais, arcebispos, bispos auxiliares e eméritos, e representantes das igrejas de rito oriental. Serão, no total, 274 circunscrições eclesiásticas (dioceses e similares) representadas. Eles discutirão ainda outros assuntos, entre os quais a situação política, econômica e social do País. No primeiro dia do encontro, decidirão se será divulgada uma nota ou declaração sobre a questão.
Fonte: O Estado de S. Paulo